Tô voltando
Brasil, pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto (e mais, nessa ⚡️ Rapidinha)
Prefácio
Eu ia escrever esse texto sob o chapéu “À Revelia” e falar sobre coisas complexas embaixo da temática principal mas… desisti. Falo sobre isso depois do capítulo principal. Transformei numa rapidinha, então lá vai o sumário dessa edição:
O retorno do filho pródigo
Mudanças nessa newsletter
Tô voltando
Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando
Pouso no Brasil depois de 18 meses e cinco dias em Munique, na Alemanha. Digo isso com um sorriso no rosto — e uma lágrima no canto do olho, confesso.
Mas antes:
Pessoa leitora, se você nunca saiu do seu país de origem e:
foi para um país com uma cultura muito diferente;
completamente sozinha;
sem falar o idioma nativo do país;
destoando do padrão de beleza e cultura;
nem venha dizer que eu to fazendo uma burrice. Sério, é inacreditável que pessoas digam pra mim que eu to viajando na maionese sendo que não são elas que estão na minha pele. “Ah, lá vem o macho branco cis reclamando de barriga cheia”… e sim, vou reclamar, já que só quem viveu, sabe.
Uma colega que vive há anos na Itália disse que eu não deveria fazer isso, que se aclimatar é muito mais fácil do que eu digo. Ela, com dupla cidadania, fala italiano perfeitamente, tem sobrenome italiano, é casada com um (adivinha) italiano, foi pro país acompanhada do marido que nasceu lá… bem, convenhamos, é claro que se aclimatar foi fácil. De novo, não dá pra vocês imaginarem o que é viver do modo que eu vivi se você não gabaritar os pontos acima.
Dito isso, respondo abaixo as Perguntas Feitas Frequentemente (FAQ é tão mais bonito né?)
Mas por quê?
Primeiramente, porque eu quis.
Segundamente, por causa disso:
Minha relação com a família é algo muito complicado.
Entre a morte de minha mãe (quando eu tinha 17 anos) e a do meu pai e madastra (aos meus 27 anos), rompi com boa parte da família — tios e tias ainda acham que eu vou pro inferno sentado na cabine exclusiva (e eles tão certos).
You’re going to hell,
I’ll see you there
Meu irmão Lucas, porém, só se aproximou mais e mais de mim — em uma relação selada com sangue, suor, luto, e dívidas incomensuráveis1. Se havia uma grande intimidade e cumplicidade, ela cresceu exponencialmente desde o dia que pisei nas terras germânicas. Deu pra ver que a gente ganhou muito mais intimidade e, em uma breve passagem dele por aqui, a saudade que já apertava encravou as garras bem fundo.
Portanto, do mesmo modo que busquei dar mais propósito para minha vida mudando de carreira, decidi voltar para perto da minha família — aqueles que me amam, me aceitam, e me querem por perto — e nenhum outro motivo é mais importante que esse.
Como tá sua cabeça?
Ah, bicho, digo, cara pessoa leitora, tá uma zona né. Eu acho que to tomando a melhor decisão possível, mas eu só vou saber isso depois de uns anos — e isso me mata. Minha ansiedade já montou dezessete cenários diferentes na minha cabeça — e uns doze contam comigo perdendo tudo e indo morar em baixo da ponte.
O mais difícil agora é lidar com as expectativas — afinal, uma das minhas reclamações é que aqui é muito solitário, então parte de mim espera que eu chegue no Brasil e seja SOTERRADO DE BEIJOS E ABRAÇOS, e eu sei que isso não vai acontecer.
Mas, como disse um amigo: a lógica faz sentido, mas a emoção a gente sente mesmo assim. Eu sei por A + B que minha expectativa não vai ser atendida, mas eu sinto falta disso tudo.
Como tá sendo o processo burocrático?
Chato pra um caralho, e eu pretendo falar sobre em uma edição futura. Em resumo: essa história da Eficiência Alemã é uma mentira da porra — cancelei meu contrato de energia pela internet, conforme o site mandou, e eles me enviaram uma carta com o mesmo formulário que eu preenchi online, porém impresso, para que eu assinasse e enviasse de volta pelo correio.
Vai tomar no cu, sabe?
É pra sempre?
Olha, o pra sempre sempre acaba — e o que é imortal nunca morre no final — então seria burrice da minha parte dizer que sim. Quanto tempo isso vai durar? Eu sei lá, bicho. Desde o começo da pandemia eu desisti de todos os meus planos de longo prazo, e pra recomeçar a tê-los vou precisar de muuuuita terapia.
E o emprego?
Consegui um acordo com minha empresa atual e vou prestar serviço para eles como freelancer — não sei muito bem quantas horas vou dedicar a isso nem por quanto tempo isso vai acontecer. No frigir dos ovos, serei novamente um programador PJ como muitos da área.
E sua casa?
Por enquanto estarei no Brasil, mais especificamente no Alto Tietê, em uma cidade perto de São Paulo, morando com meus três irmãos. Vai ser a primeira vez depois do meu divórcio que eu não moro completamente sozinho, então que deus me acuda.
E as namoradinhas?
Eu não transo tem 8 meses, caralho, que namoradinhas?
Mudanças na newsletter
Depois do fantástico workshop da
decidi repensar essa newsletter (sim, de novo).Percebi que tenho prazer em escrever algumas coisas e não tenho em escrever outras; que essa plataforma é útil pra minha comunicação com quem me conhece de perto mas não é ideal pra quem não sabe quem eu sou (e tá mais interessada em conteúdo); que o próprio conteúdo não tá bem organizado; que dá pra fazer melhor e de fato monetizar (e entregar coisas boas para meus assinantes — até então uma única fiel pessoa, obrigado ❤️).
Portanto, vou usar esse tempo de volta ao Brasil para reformular as coisas por aqui e trazer boas novas. Vou me ausentar mas logo logo… eu tô voltando.
Quero saber mais
Se você me lê aqui e quer saber mais sobre o processo de volta, me siga no Instagram. O “embargo” caiu e agora posso falar publicamente sobre minha volta, com direito a datas e horários e tudo mais.
Essa foi mais uma ⚡️ Rapidinha e, talvez, a última 😊.
Converse com seus pais e os convença a fazer um testamento. Vai por mim.
parece que, no fim, eu vou te ver um dia em São Paulo mesmo :)
bom retorno pra casa e boa sorte com os planos novos na newsletter ❤️ aliás, adorei tua participação ativa na oficina. obrigada por estar lá!
Seja muito bem-come back, trutinha. Conte comigo pra o que e quando precisar.