Os melhores livros lidos em 2024
Sim, esperei o ano de fato acabar para fazer essa lista.
Nesta edição do Cronofobia:
O melhor livro lançado em 2024
Os melhores livros lidos em 2024
O pior livro lido em 2024
O disco Outropolo, da banda COUT
Biblioteca de Zines
O melhor livro lançado em 2024
O grande prêmio vai para… sim, eu mesmo!!!! Eu publiquei um livro em 2024 e ele é, na minha opinião única e intransferível, o melhor de todos!
“A magnífica história do Tempos Fantásticos; o jornal satírico de ficção especulativa com notícias do passado, presente & futuro e material nunca antes publicado” é meu debut como escritor e/ou organizador literário.
Peguei todo o conteúdo do meu jornal de ficção especulativa, o Tempos Fantásticos, adicionei um conteúdo extra à essa belíssima capa do Raphael Andrade (vulgo Ravael vulgo msrapoo), e convenci a galera da Plutão a publicar isso tudo.
Se tem UM LIVRO que eu vou falar pra você comprar — nem se for de presente de natal pra mim — é esse. Digo, compre pra você, mas como presente pra mim. Você entendeu.
Deu um trabalhaço pra produzir isso tudo (sério, anos) então BOA LEITURA.
Os melhores livros lidos em 2024
Segundo o Goodreads, em 2024 li 13,863 páginas. Ao todo, 41 livros.
treze mil, oitocentas e sessenta e três páginas.
O livro mais curto foi Brave Zenith, um sistema de RPG, com 114 páginas. O mais longo foi a jornada de Ship of Magic, da Robin Hobb, de fucking 880 páginas. Deve ser por isso que dropei a continuação, não aguentei.
Uma curiosidade sobre 2024 é que meu primeiro livro do ano foi um audiobook. Queria saber se conseguiria fazer minhas viagens de carro acompanhando uma história mais estruturada e consegui — em partes. Comecei com “And Then There Were None”, da Agatha Christie, que já havia lido no passado. Foi… interessante, mas audiobook não era exatamente o que eu buscava, não vi tanta diversão ali.
CORTA PARA: Fim de 2024, eu completamente alucinado pelo audibook de Dungeon Crawler Carl, uma das coisas mais divertidas que já li/ouvi. Estou absolutamente apaixonado!
But, I digress. Vamos à lista. Não está em ordem de grandeza, só em “achei pica, vale ler”.
Ficção
Dungeon Crawler Carl
Eu disse ali que não está em ordem de grandeza mas menti. Está sim. Pelo menos esse está no topo pois foi a MELHOR COISA que eu descobri em 2024.
Pra vocês terem noção, eu escutei NOVENTA E OITO horas de audiobook, divididos em seis livros de tiro, porradaria, e (MUITA) bomba.
Dungeon Crawler Carl, de Matt Dinniman, é um livro do gênero LitRPG, ou seja, conta coisas que acontecem num jogo só que num livro. É bem moderninho.
O mais difícil em descrever DCC é que ele se perde nos gêneros. Se você pegar a história no meio, vai achar que é mais uma história de fantasia, com elfos, orcs, magia e espada. Até que você descobre que o protagonista é um homem que pega todo mundo na porradaria usando uma jaqueta de couro e uma samba-canção de corações.

Se você pegar outra parte do livro e ler sobre como a guerra do domínio da galáxia por um conglomerado comercial alienígena — com múltiplas espécies diferentes de viajantes cósmicos — está sendo influenciada por uma inteligência artificial rebelde, vai achar que é um sci-fi.
Mas aí que tá, não é. E é. Tudo ao mesmo tempo.
Se eu puder generalizar e tentar te convencer a dar uma chance: se você curte vidjogueimes, já jogou qualquer MMO na sua vida, e gosta de dar deliciosas gargalhadas… ESCUTE Dungeon Crawler Carl. Tenho certeza que o livro é bom, mas o audiobook? É divino.
Olha a dinâmica desse filho da pulta desse narrador:
O Crime do Bom Nazista
Já falei desse livro aqui e, agora, como ele é um ganhador do Jabuti, posso falar de novo. Se você quer histórias de gente LGBTQIA+ empinando moto e dando tiro, essa é pra você — só que ao invés de moto é Zeppelin.
Não ganhou o Jabuti de graça. Aprecie a literatura brasileira e leia já O Crime do Bom Nazista, de Samir Machado de Machado.
We Are Legion
Uma boa descoberta foi a série Bobiverse, de Dennis E. Taylor. A mente de um cara (Bob) é implantado numa nave espacial autorreplicadora, que começa a explorar a galáxia e criar novas naves-clones (vários Bobs). Cada Bob tem que aprender a viver com outros Bobs, tudo isso enquanto se protegem de naves autorreplicadoras inimigas — uma delas, brasileira. O primeiro livro é bem massa, quero ler o resto.
Duna
ENFIM li Duna e, puta merda, que livrão hein. Tenho questões — acho errado ele ser considerado sci-fi, pois claramente é só navinhas e poderes, tipo Star Wars, que é do gênero de fantasia (shots fired). De resto? Livrão. Dá pra entender melhor algumas coisas que o filme deixa a desejar — mesmo a peça cinematográfica tendo mudanças interessantes. Já coloquei Duna 2: O Inimigo Agora É Outro na lista.
Cama de Gato
Eu nem vou gastar saliva recomendando Cama de Gato, do Kurt Vonnegut. Relei ano sim, ano não, e o livro SEMPRE me surpreende. Leiam Kurt Vonnegut agora.
Discworld
Continuo com meu projeto de ler tudo do Pratchett. Este ano, li:
#23 - Carpe Jugulum
#24 - The Fifth Elephant
#25 - The Truth
#26 - The Thief of Time
O melhor — subiu até para meu top 3 Pratchett — é com certeza The Truth. Do Goodreads (tradução minha):
William de Worde é o editor acidental do primeiro jornal do Discworld. Agora ele deve lidar com os perigos tradicionais da vida de um jornalista — pessoas que o querem morto, um vampiro em recuperação com um fascínio suicida pela fotografia com flash, mais algumas pessoas que o querem morto de uma maneira diferente e, o pior de tudo, o homem que continua implorando para que ele publique fotos de suas batatas com formato humorístico.
Puta que me pariu, Terry Pratchett escrevendo sobre o prazer de ser jornalista… pra ser melhor que isso só se ele estivesse ainda vivo falando sobre ser desenvolvedor Front End.
Faltam 15 livros para concluir a série Discworld.
Não Ficção
Arte e Medo
Uma das melhores publicações que já li sobre criatividade e criação. Começo com ele pois foi uma grande e bela surpresa.
Se fazer arte fortalece o senso de identidade, o medo correspondente é de não estar à altura da tarefa – de não poder cumpri-la, não poder executá-la bem ou não poder realizá-la de novo; ou de não ser um artista de verdade, não ser um bom artista, não ter talento ou não ter nada a dizer. Na melhor das hipóteses, a linha que separa o artista de seu trabalho é tênue, e para o artista em si ela parece (como é de se esperar) nem existir. Fazer arte pode parecer perigoso e revelador. Fazer arte é perigoso e revelador. Criar provoca dúvidas sobre si, ao remexer as águas profundas que ficam entre o que você sabe que deveria ser e o que teme descobrir que é.
Comprem a edição da Seiva (não sou parceiro deles mas incentivo o rolê).
Plays Well in Groups: A journey through the world of group sex
Estou lendo livros sobre sexo e sexualidade, e esse aqui com certeza me marcou. O livro, escrito por uma antropóloga que foi stripper, aborda sexo em grupo em vários contextos sociais. Ele comenta sobre indígenas amazônicos, swingers norteamericanos, octagenários surubeiros, criminosos e estupradores, enfim, uma GAMA de tópicos relacionados — para o bem ou para o mal — com o tema do sexo grupal. Recomendadíssimo.
Demand Side Sales
Eu gosto bastante de ler livros sobre negócios — sim, já li O Monge e o Executivo, e dei 3 ⭐️ no Goodreads — e o top desse ano foi esse, indicado pelo colega Daniel Weinmann, CEO da Seasoned e meu ex-chefe.
Demand-Side Sales 101: Stop Selling and Help Your Customers Make Progress, de Bob Moesta, é um livro que fala sobre… vendas. Basicamente, ele diz para o vendedor parar de querer vender um produto e buscar entender o que as pessoas querem comprar — mudar o “lado” da venda da oferta pra demanda. Não adianta você vender tomates verdes fritos se a galera quer comprar picles. Agora, se seu negócio pivotar pra tomates em conserva… talvez a coisa mude.
Vale demais se você tá na área do comércio ou de produto.
A decepção do ano
The Mercy of the Gods
Pera, não é pra tanto.
Tá certo que, depois de ler os 9 livros de The Expanse, minha expectativa pelo novo trabalho da dupla James S. A. Corey (duas pessoas sob um só pseudônimo) era altíssima. Sério, estava esperando minha nova obsessão surgir com essa publicação e… porra men, no máximo 3 estrelas.
O livro parece que é um grande Ato 1 de uma história que será gigantesca — o que não é ruim, desde que cada número se sustente… e o primeiro só é meio chato. Tem coisas interessantes? Sim. Tem conceitos que quero rever no futuro? Sim. Mas definitivamente o próximo da série não vai cortar minha fila de leitura.
O pior do ano
The Creative Act: A Way of Being
Tá, tudo bem, Rick Rubin produziu Red Hot Chilli Peppers e System of a Down… mas como escritor ele é um puta produtor.
Minha resenha foi, basicamente, “Que porra orientalista com cara de coaching que eu acabei de ler?”
O livro basicamente pega um monte de conceito “““oriental””” e reproduz sem muita alma — acho que é o A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen (também orientalista e também escrita por um entusiasta da extrema direita) da nossa geração.
Rapidinhas
Vamos ouvir música brasileira
Eu gosto muito de conhecer novas bandas, principalmente as brasileiras. O que pouca gente sabe — principalmente os malditos sulistas/sudestistas como eu — é que o Pará é um CALDEIRÃO de música boa. Sério.
Uma bandinha que eu conheci e gostei demais desde os EPs é a COUT, um duo paraense com uma bateria, uma guitarra, e muita pauleira. Eles fazem tipo um Garage Rock misturado com um Punk, mano, bom demais. Eles enfim lançaram um DISCO e eu queria muito que vocês dessem uma chance. Apoiem a arte nacional!
Eu me meti em OUTRO projeto
Apareceram no bsky perguntando quem queria participar de um projeto open-source. Eu gosto da ideia e nunca participei de um. Aí vi que a ideia era abrir uma biblioteca digital de zines nacionais. Porra, eu sou zineiro!!!!
Prontamente me disponibilizei e agora já era, to em MAIS UM projeto, a Biblioteca de Zines. Eles até abriram uma newsletter!
Não sou muito fã de lista e muitas vezes vou lendo o que cai na mão, mas a sua me inspirou a criar minha lista de leituras para 2025.
amo suas listas de coisas! por favor faça mais listas de coisas