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e aguardar mais informações sobre a disponibilização da gravação desse evento aqui (nessa arte daora da ssseiva):Vanessa organizou um aulão de escrita criativa com 16 escritores PICA MEMO. O evento já aconteceu mas ficou gravado, então já vá assinando a news dela abaixo para saber como ter acesso (e ajudar o RS). Cito quatro pessoas newsletteiras que tão lá (e que eu admiro):
Nesta edição do Cronofobia:
Uma nota sobre o futuro do RS
Tamanho é documento
Música é foda: aniversário de 10.000 Days e de Antics
Uma nota sobre Parks & Rec
O retorno do podcast (e o formulário de perguntas)
Tempo de leitura: ±5 minutos
Vai demorar
Um dos projetos que trabalhei na Folha de S.Paulo foi o Memórias do Feijão, um especial que reuniu vídeos e depoimentos das pessoas que sobraram no Córrego do Feijão, bairro de Brumadinho que foi destruído pelo rompimento da barragem.
Aprendi, por exemplo, que mesmo 1 ano depois da tragédia de Brumadinho, muita coisa ainda não estava nos trilhos. Muita gente foi embora, quem ficou estava infeliz, e a culpada — a Vale — não havia feito muito.
Imagino o caso do RS — que parece não ter culpado, mas tem. Vai demorar bastante pras coisas voltarem ao normal por lá, então se prepare para doar agora, doar amanhã, e doar no futuro.
É nesses momentos que a gente põe à prova o tipo de mundo que queremos: agindo primeiro.
Tamanho é documento
(Já usei esse subtítulo 12 vezes, acho)
Escrevi textões nas últimas edições e perguntei às pessoas leitoras o que elas achavam sobre esses longforms e… mixed feelings, hein? Uma galera reclamou, disse que tava muito grande, e outra galera disse gostar muito de quando eu me aprofundo num tema.
A conclusão: vou continuar fazendo o que estive fazendo até agora — escrevo muito quando quero e pouco quando não. Paciência.
Música é foda
Faz um tempaço que não escrevo sobre música. Pensei em falar sobre os 18 anos do album 10.000 Days, do Tool, uma banda favorita, ou sobre os 20 anos de Antics, do Interpol, outra banda favorita.
Até comecei a escrever algo mas, porra, é muito difícil escrever sobre música, principalmente quando:
certas canções te tocam de forma emocional;
a banda tem a ver com um momento da vida (no caso, os early 20s);
as letras são o mais importante, mas elas são em inglês;
Então fica aí a recomendação (pobre, xoxa, capenga): conheçam Tool e Interpol. Ambas as bandas são completamente diferentes — e me tocam em lugares distintos — e valem muito o play.
18 anos de 10.000 Days
Quarto disco da banda Tool, lançado em 28 de abril de 2006. Esse foi o último disco da banda até Fear Inoculum, lançado em 2019, 13 anos depois.
10.000 Days significa “dez mil dias”, que é o tempo que Saturno demora para completar sua órbita — o tal Retorno de Saturno, em torno de 27 anos.
Do disco, recomendo fortemente:
Vicarious, sobre pessoas que amam violência na TV;
Jambi, q sonzera;
Tomar um cogumelo e escutar Wings For Marie e 10.000 Days seguidas uma da outra — só 17 minutos.
The Pot, a música que eu recomendo pra todo mundo que nunca ouviu Tool;
Right In Two, uma canção sobre a natureza humana e evolução, a separação do humano e do divino, e macacos. Ah, Right In Two vem diretamente de 1 Reis 3:25, quando Salomão decide cortar o nenê em dois.
20 anos de Antics
Lançado em 2004, o segundo disco do Interpol só tem hits. O disco, junto com o anterior, foi minha introdução ao rock “que não era pop”, lá no início da minha tenra juventude — só fui conhecer a banda em 2007.
É muito mais fácil recomendar Tool do que Interpol; as letras de Antics são confusas e cripticas, há um tema náutico que não se reproduz na arte do álbum ou em todas as músicas, e eu só… gosto pra caralho. Me faz feliz. Me toca, mexe comigo, me faz chorar.
Recomendo todas as músicas do álbum (gosto menos da primeira mas se você escutar 9, consegue escutar 10). Escute em um dia chuvoso.
Eclético, eu?
Escrevi sobre música várias vezes nessa newsletter. Meus highlights são:
Quando escrevi (em inglês) sobre como shows se parecem muito com os cultos evangélicos que presenciei na juventude.
Minha exploração em música clássica, mais especificamente aquelas que incentivam a boa e velha violência.
A apresentação ao maravilhoso mundo da Cumbia supercharged with ácido e cogumelos.
Finalmente, como funciona meu processo de conhecer novas músicas depois de velho.
No passado eu tinha uma seção separada só para posts sobre música nessa newsletter, mas como não tinha tempo (nem audiência) para mantê-la especificamente, parei de separar e comecei a postar sobre música na “thread principal” mesmo — ou seja, quase nunca.
Parks & Recreation
Comecei a assistir Parks & Rec e… achei uma merda. Meus seguidores — irados!!! — me incentivaram a continuar e vencer a primeira temporada.
Bem, estou terminando a quarta e completamente apaixonado. Achei que esse vazio que The Office deixou em meu peito nunca seria preenchido… e bem, achei certo, P&R não é The Office, mas chega perto. Pra mim, tá ótimo.
Se você gosta desse tipo de humor de escritório, recomendo fortemente… mas vença a primeira temporada, ela é BEM ruim.
Podcast: o retorno
Estudo como “recompensar” quem assina a versão paga dessa newsletter — incríveis QUATRO pessoas!!! — e uma das ideias é voltar com o podcast que tinha no ano passado, o Cronofobia (sim, sou monotemático).
O podcast Cronofobia funcionava assim: as pessoas mandavam perguntas anônimas (ou nônimas, tanto faz) e eu respondia em um grande áudio do zap — sem firula ou frescura. O resultado era quase 1 episódio por dia, de 5 a 7 minutos cada. Já falei de MUITO, mas MUITO assunto mesmo (± 600 episódios né). Os 3 mais ouvidos são:
ATENÇÃO: eu dou uma recompensa de VINTE PILA no pix para quem achar o episódio que eu gravei com dois amigos simulando uma conversa num cagatório romano. Sim, isso mesmo, recompensa em dinheiro para quem me mandar esse link.
Aqui esse formato não vai funcionar, afinal não vou voltar a postar podcast todo dia. Vou tentar fazer uma versão maior, mais parruda, e postá-la quinzenalmente para meus fiéis seguidores pagantes.
Ainda não sei se vai dar certo ou se a galera vai engajar, mas só tem um jeito de saber: fazendo.
Para que isso funcione, preciso que vocês mandem perguntas (questionamentos, dúvidas, opiniões, vale TUDO) no link abaixo — assim terei assunto para as próximas edições.
Essa edição não foi profunda e reflexiva como as anteriores, mas é isso que tem pra hoje. Espero que tenha gostado 💃.
- comprei esse aulão e tá incrível mesmo!
- tool é top, preciso ouvir mais
- fico feliz que está curtindo parks&rec, tenho mais recomendações de séries nesse formato quando ficar um novo vazio ao acabar
- também tenho pensado num mini podcast pros pagantes mas não sei se manjo, aceito dicas (inclusive já ouvi muito seu podcast)
- continue no formato que seu coração mandar, o importante é compartilhar porque muita gente gosta de te ler do seu jeitinho mesmo
Adoro Parks and Recreation. Em alguns pontos acho superior à The Office. Acho mais doce. Hehehe